Nas conversas que travo com diversas pessoas da cidade, tenho percebido uma impressão negativa que domina as mentes, num ciclo vicioso: a cidade não apresenta muitas alternativas de crescimento, não funciona direito. Por isso, reclamo da cidade. Se “odeio” a cidade, não invisto nela, vou buscar fora o que não acho aqui, pois não vou perder meu tempo nem meu dinheiro. Mas se não invisto nela, ela não cresce, não melhora, e passo a “odiá-la” ainda mais.
Precisamos romper esse ciclo vicioso. Precisamos olhar para as nossas potencialidades, valorizar nossa gente, nossos talentos. Deixar de buscar fora o que podemos produzir aqui mesmo. Onde está essa autoestima, essa visão otimista que nos faz crescer? Assim acontece com o indivíduo, assim acontece com a cidade. O indivíduo que não se estima, que não se dá o valor, não pode crescer nem viver bem. Com a cidade: se seus habitantes não a respeitam, não a valorizam, como podem esperar que ela melhore? Precisamos começar a pensar e agir diferente, pois só assim veremos as coisas mudarem e, se formos positivos, saberemos nos envolver nesse movimento, tirando dele o melhor para nossas vidas e para a nossa comunidade.
Pensar e agir são duas realidades complementares. O pensamento move a ação e a ação modifica o pensamento. Então, precisamos começar de algum ponto, mas estar conscientes, o tempo todo, de que não podemos esperar que a mudança venha de fora. A mudança deve vir de dentro. De dentro das pessoas, de dentro da cidade. Assim como não posso mudar minha vida a partir dos outros, não posso esperar que minha cidade seja melhor apenas pela ação de forças externas. Reconhecer as próprias limitações e as próprias qualidades é o primeiro passo para essa mudança. Isso só se faz com a ousadia de olhar para dentro antes de se comparar com os outros, com as outras cidades. Nesse OLHAR PARA DENTRO, descobriremos que podemos mais, que temos recursos suficientes para começar a mudar.
Dê você também o primeiro passo: envolva-se nesse esforço de PENSAR DIFERENTE em prol de uma realidade melhor, ancorada na autonomia e no diálogo. Quem insiste em ficar de fora, apenas julgando, nunca poderá experimentar a felicidade de caminhar, de conquistar com os próprios esforços, de contar com os amigos, de lançar-se cada dia numa nova aventura, sem perder de vista a meta do bem comum.
(06.11.10 - Prof. Claudio Sena)
Fonte:http://fagulhassolidarias.blogspot.com/
