A Irmandade da Boa Morte foi criada a partir do século XIX, composta por mulheres negras, movidas pelo anseio de liberdade, todas católicas, detentoras do poder por terem posses no âmbito da sociedade colonial, patriarcal e escravista. Tinham por objetivo a devoção a Nossa Senhora, assim como, resgatar mulheres negras escravizadas na Bahia, Brasil, pagando as cartas de alforria, oferecendo proteção e encaminhando fugitivos aos quilombos.
A memória oral sobre a Irmandade, registrada em um DVD-documentário produzido pelo IPAC neste ano (2010), remonta a fundação dessa instituição de escravos e ex-escravos na Igreja da Barroquinha, reduto onde outras irmandades se reuniam para cultuar seus santos de devoção. Pesquisa do IPAC registra que, em 1820, a Irmandade da Boa Morte instalou-se na cidade de Cachoeira – cidade hoje tombada como Patrimônio Nacional pelo IPHAN -, vinda de Salvador, fugindo da perseguição impetrada pelo general Madeira de Mello às irmandades religiosas negras na capital baiana.
COMPLEXO MUNDO DA IRMANDADE
A Irmandade da Boa Morte é formada apenas por mulheres, todas intimamente ligadas à religiosidade de matriz africana, acima de 40 anos, negras, vinculadas diretamente às yalorixás – sacerdotisas – do candomblé baiano ou a outros cargos dentro da mesma religião.
Está estruturalmente organizada há décadas por uma provedora, uma procuradora, a tesoureira, a escrivã e as irmãs de bolsa. A irmã de maior idade – hoje D. Estelita – é que sempre ocupa o cargo de juíza perpétua. As irmãs de bolsa são aquelas que passam por um período de três anos de observação até ocupar definitivamente o cargo de escrivã, quando podem receber a farda de honra.
O ciclo de festa da Boa Morte acontece entre os dias 13 e 17 de agosto. Antecedendo às celebrações acontece a eleição da comissão da festa do ano seguinte e é realizada a “esmola geral” e a condução da “santa” de volta para a sede da irmandade após ter ficado durante todo o ano sob os cuidados da Provedora. Os ritos celebrados estão ligados à morte e à vida, ou como elas dizem a “dormição” e a “assunção” de Nossa Senhora. São rituais cercados por louvores e simbolismo contidos nas cores, nas indumentárias, nos adereços, nos ritos e objetos sagrados.
No dia 13 de agosto, primeiro dia da festa é celebrada missa e a ceia pelos irmãs falecidas. Nesse dia, o branco simboliza o sentimento pela memória às irmãs fundadoras da Irmandade. No segundo dia acontece a procissão e a missa em louvor à “dormição” de Nossa Senhora da Boa Morte. No terceiro dia acontece o ápice das celebrações, as irmãs saem em procissão após a missa para louvar a “assunção” de Nossa Senhora da Glória. A Irmandade celebra a Boa Morte e Glória de Nossa Senhora com muita comida e samba-de-roda que se prolonga por mais dois dias quando é servido o cozido e caruru para os fiéis e amigos de Cachoeira.
Foi em reconhecimento a essa tradicional celebração que o IPAC iniciou os estudos que fundamentam o dossiê final para o registro da Festa da Boa Morte no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações, o que torna a manifestação oficialmente um Patrimônio Imaterial da Bahia. As pesquisas e dossiê receberam aprovação do Conselho Estadual de Cultura (CEC), e passará a integrar um lugar no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações do Estado da Bahia .
A memória oral sobre a Irmandade, registrada em um DVD-documentário produzido pelo IPAC neste ano (2010), remonta a fundação dessa instituição de escravos e ex-escravos na Igreja da Barroquinha, reduto onde outras irmandades se reuniam para cultuar seus santos de devoção. Pesquisa do IPAC registra que, em 1820, a Irmandade da Boa Morte instalou-se na cidade de Cachoeira – cidade hoje tombada como Patrimônio Nacional pelo IPHAN -, vinda de Salvador, fugindo da perseguição impetrada pelo general Madeira de Mello às irmandades religiosas negras na capital baiana.
COMPLEXO MUNDO DA IRMANDADE
A Irmandade da Boa Morte é formada apenas por mulheres, todas intimamente ligadas à religiosidade de matriz africana, acima de 40 anos, negras, vinculadas diretamente às yalorixás – sacerdotisas – do candomblé baiano ou a outros cargos dentro da mesma religião.
Está estruturalmente organizada há décadas por uma provedora, uma procuradora, a tesoureira, a escrivã e as irmãs de bolsa. A irmã de maior idade – hoje D. Estelita – é que sempre ocupa o cargo de juíza perpétua. As irmãs de bolsa são aquelas que passam por um período de três anos de observação até ocupar definitivamente o cargo de escrivã, quando podem receber a farda de honra.
O ciclo de festa da Boa Morte acontece entre os dias 13 e 17 de agosto. Antecedendo às celebrações acontece a eleição da comissão da festa do ano seguinte e é realizada a “esmola geral” e a condução da “santa” de volta para a sede da irmandade após ter ficado durante todo o ano sob os cuidados da Provedora. Os ritos celebrados estão ligados à morte e à vida, ou como elas dizem a “dormição” e a “assunção” de Nossa Senhora. São rituais cercados por louvores e simbolismo contidos nas cores, nas indumentárias, nos adereços, nos ritos e objetos sagrados.
No dia 13 de agosto, primeiro dia da festa é celebrada missa e a ceia pelos irmãs falecidas. Nesse dia, o branco simboliza o sentimento pela memória às irmãs fundadoras da Irmandade. No segundo dia acontece a procissão e a missa em louvor à “dormição” de Nossa Senhora da Boa Morte. No terceiro dia acontece o ápice das celebrações, as irmãs saem em procissão após a missa para louvar a “assunção” de Nossa Senhora da Glória. A Irmandade celebra a Boa Morte e Glória de Nossa Senhora com muita comida e samba-de-roda que se prolonga por mais dois dias quando é servido o cozido e caruru para os fiéis e amigos de Cachoeira.
Foi em reconhecimento a essa tradicional celebração que o IPAC iniciou os estudos que fundamentam o dossiê final para o registro da Festa da Boa Morte no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações, o que torna a manifestação oficialmente um Patrimônio Imaterial da Bahia. As pesquisas e dossiê receberam aprovação do Conselho Estadual de Cultura (CEC), e passará a integrar um lugar no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações do Estado da Bahia .
Fonte: Ascom IPAC